Fez a diferença

Há um lugar feito pra mim, para onde aprendi a correr desde criança, desde que aprendi a ler as linhas da Palavra de Deus.
Com afinco, todos os dias quando chegava da escola, corria e desejava ansiosamente. Era tão forte, eu lia, lia, lia e aprendia.
Um dia li que Deus tem um segredo com os humildes. Me espantei e audaciosamente pensei: Nossa!!! Ele tem um segredo, quero ter um segredo com Deus!! Me dediquei, esperei tudo dormir ao meu redor e então timidamente me aproximei e decobri que Ele já estava me esperando. Com meu coração de criança fui falando, falando, contando tudo a Jesus e do desejo de ver minha famíla se render a Ele. Falei sério: Senhor, eu li como um servo teu tem que ser e eu acho que aqui em casa está um pouco errado.
E assim foi. Eu aprendi. Chegava todos os dias da escola e já sabia para onde correr. Me sentia em um jardim, mesmo sem ter lido ainda o livro de Cantares que fala tanto sobre o jardim do Amado e da Noiva. O incrível é que quando lembro de minha infância e início da adolescência, essas são minhas mais doces lembranças. Em pouco tempo encontrei em Deus um amigo tão íntimo! Minha marca sempre foi uma introspecção que com o tempo fui superando, mas eu me abria com Deus de tal forma!! Contava desde coisas corriqueiras à coisas que eu considerava muito sérias e fui aprendendo a adorá-lo com toda a minha'alma. Quando me dei conta, minha família já havia se rendido ao Senhor.
Hoje eu olho para trás e vejo como foi importante conhecer a Jesus desde cedo. Eu o amei porque Ele me amou primeiro, eu sei. Mas descobrir a Sua Palavra foi um tesouro de valor tão inestimável que compreendi perfeitamente o significado do salmo 19, pois a Palavra de Deus tornou-se para mim mais desejável que o ouro e mais doce que o mel.
Quando vejo pais obrigando seus filhos, impondo-lhes que sigam a doutrina que eles querem penso no desperdício que fazem. Se eles levassem seus filhos a ver o que Deus é, o nosso melhor amigo, o número de jovens que evadem de nossas igrejas seria menor. Muitos associam o pai carrasco a Deus e querem distância, por terem tido uma ideia deturpada do Senhor e do Evangelho.
Eu agradeço tanto a Deus por tudo. Fico imaginando onde eu estaria se não fosse o Senhor. Sou tomada de uma gratidão muito grande por tê-lo conhecido e pela intimidade que Ele me mostrou querer ter com seus filhos. Jamais desprezo a oração de uma criança e me entristeço quando vejo crianças se rendendo a tantas futilidades, conhecem nomes de heróis violentos, mas nada sabem de Jesus. Sempre que encontro alguma, tento passar algo, falar de Deus, ensinar uma musiquinha. rs. Mas em tantos lares, há tudo menos a presença de Deus.
Me desanimo e penso nessa geração de crianças que têm como amigo o computador,o videogame e a tv, mas lembro de tantas histórias de encontros com Deus e lembro de mim também, que me rendi a Jesus aos 8 anos de idade e me reanimo, pois sei que Deus fala e se revela às crianças. Minha oração e a inquietação da minha alma é por uma geração de crianças que entra no quarto, fecha a porta para ter momentos com Deus e com sua Palavra. Por uma geração de crianças que entende que há um lugar de amor para elas nos braços do Pai independente de possíveis palavras de reprovação como expressões do tipo: "eu não queria que você nascesse". Por mais que isso aconteça, essa geração correrá para os braços do Senhor e será curada em sua alma.
Creio que verei isso.
Jana

O temor do Senhor é limpo, e permanece para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros e inteiramente justos.
Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino e mais doces do que o mel e o que goteja dos favos.
Também por eles o teu servo é advertido; e em os guardar há grande recompensa. (salmos 19:9 ao 11)

Aprendi

Na arte de viver até aqui aprendi algumas coisas. Primeiro, que viver vai além de respirar e que é preciso mais, é preciso tomar posse dessa dádiva chamada vida e do cheiro renovado de cada manhã. É necessário entender que a gente não precisa sofrer para aprender, se atentamente ouvir os conselhos de Deus, vou me preservar de grandes e desnecessárias dores. Se eu prestar mais atenção na vida, vou sempre notar um exemplo a seguir ou a não seguir jamaiiiiis!!Aprendi que a presunção é arma falível dos tolos e que a humildade não é virtude, é necessidade. Percebi que aquele que mais tenta se mostrar forte, melhor ou infalível é o mais infeliz e covarde dos homens, pois jamais entenderá que podemos ser amados pelo que somos e apesar do que somos.Tal homem não terá a chance de melhorar, de mudar, de aprender, pois nunca será confrontado com a verdade a respeito de si mesmo. Aprendi que não devemos colocar nossa esperança e força naquilo que falam a nosso respeito, por mais íntegro que procure ser, sempre haverá alguém que veja em você o reflexo da própria maldade. A integridade me guardará de males, da degradação do meu caráter e me fará honrar meu Criador, portanto, serei alguém mais feliz e capaz de proporcionar felicidade a quem cruzar minha estrada. Aprendi que o homem viverá pelo caminho que escolheu, é preciso escolher o caminho certo, pois por fazer da própria vida um rascunho, muitos escreveram páginas irresponsáveis sem ter tempo de refazê-las. Percebi que ter amigos verdadeiros é um oásis no deserto da vida e que se não gosto de ser ferida ou que tirem proveito de mim, não devo fazer isso com meu próximo. Aprendi que vale a pena viver, e sonhar, e lutar, e amar, e ser humilde e acima de tudo, vale a pena viver pela fé. Vale a pena servir a Deus.

Janaina oliveira*

Criança, a alma do negócio.

A mídia televisiva é a maior fonte de informações e entretenimento da sociedade brasileira, influenciando nos valores, prioridades e identidade das pessoas. Segundo Omar Rincón (2002, p. 19), por meio da televisão há uma sugestão de divertimento com o potencial de "comunitário universal", tornando-se base para a cultura de nossas sociedades.
Compreendendo que a mídia é na contemporaneidade, o primeiro fator de construção de nossa subjetividade em detrimento até mesmo da família, a publicidade transforma os intervalos das programações infantis num verdadeiro convite ao consumismo, através de propagandas com apelos emotivos.
Nota-se a presença de crianças nas propagandas de produtos outrora característicos do público adulto, sendo que tais produtos ganham a preferência dos infantes. Intrinsecamente ligada a interesses econômicos, a televisão tem feito de nossas crianças a "geração do consumismo", a geração dos "mini-adultos", transformando o público infantil no porta-voz da publicidade e coagindo os pais ou responsáveis a proporcionar aos filhos a "felicidade" de ter o produto da moda.
Isso posto, cabe ressaltar a crueldade da mídia televisiva, pois suas propagandas abrangem todas as classes sociais, gerando nas crianças oriundas de famílias de baixa renda um sentimento de infelicidade frente à possível negação de seus pedidos por determinados produtos . A mídia surge portanto, como aquela que relaciona felicidade ao ato de possuir aquilo que muitas vezes não é uma necessidade. Os pais que negam o "passaporte" para a felicidade e aceitação dos filhos, sentem-se muitas vezes frustrados e tornam-se os vilões, os que não proporcionam bem-estar aos seus rebentos e inserção no "grupo dos vencedores".
Dados do SEBRAE comprovam que a criança brasileira é a que mais assiste Tv no mundo, e o tempo aproximado de exposição ao conteúdo televisivo é de 4 horas, 51 minutos e 19 segundos. Fato que assusta quando pondera-se que a maior companheira das crianças, seres em processo de desenvolvimento, é um aparelho sem fins prioritariamente educativos.
O preço de expor as crianças à esta babá eletrônica é alto e marca a nova conjuntura da infância, caracterizada por sujeitos sem criticidade, manipulados, com traços de adultos e que pulam uma etapa necessária ao pleno desenvolvimento.
Os valores vêm sendo invertidos e a necessidade de afeto sendo substituída pela necessidade de objetos, enquanto os pais assistem passivos à deturpação da identidade de seus filhos, como preço de uma exposição à tv sem a devida orientação adulta.
Pobre sociedade a nossa, não?

Janaina Oliveira*